domingo, 5 de agosto de 2007

o dia em que a morte veio.....


Pensamos sempre que este dia está longe, raramente nos surge na mente o dia em que a morte vai chegar sorrateiramente e levar um ente querido nosso com ela... não conseguimos quase imaginar esse dia apesar de na nossa vida já termos passado por uma experiência dessas mas como éramos muito novos pra assimilar apesar da saudade presente, simplesmente não conseguimos nem queremos pensar em tal coisa.

Foi no dia 13 de Julho de 2007 que a morte chegou. Nesse dia que devia ser um dia de comemoração. Foi neste dia que ela me levou o meu pai.

Foi um dia brutal, um acontecimento brutal que ninguém estava à espera. Não há palavras para descrever a minha tristeza, a da minha mãe, irmã, sobrinho, restante familia e amigos. A minha reacção inicial foi ficar congelada, não queria acreditar, nem chorar consegui...Como assimilar a morte do meu pai, um homem de 58 anos que não estava doente? como aceitar a morte de um pai, o meu pai? Saber que nunca mais vamos poder falar? Não vou poder abraça-lo? Se tiver filhos, estes nunca o vão conhecer? Todos dizem a vida continua, sim é verdade mas porque que ela tem que ser tão cruel? Ele costuma dizer-me que eu era o seu braço direito...sinto-me vazia, partida ao meio, triste, revoltada.

Resta-me recordar o homem, o pai, o amigo. José Francisco Abano Moura era angolano de nascimento. Era um benfiquista ferrenho, era amigo do seu amigo, um habilidoso com a maquina de costura, costumava me dizer que quando era novo gostaria de ter sido alfaiate. Bom cozinheiro, excelente carpinteiro, canalizador, electricista etc etc tinha uma mão pra tudo. Era uma pessoa com um feitio especial, o qual eu herdei, por vezes entravamos em choque mas no final ficava tudo bem. Uma excelente pessoa que já não está entre nós. Aqui presto a minha homenagem ao meu pai, que deixa já muita saudade.